sexta-feira, 30 de maio de 2014

Playing with Feelings, capítulo 114

Terça, 28 de Junho, 09:56, casa dos meninos.

Thur:

Assim que tive aquela discussão com Lua segui para a diretoria, conversei com Helena e a mesma me liberou sair mais cedo. Eu iria arrumar as minhas coisas e ir embora da Califórnia. Eu poderia ir para a casa da minha mãe, mas ela era casada e eu não queria atrapalhar..

Então pensei em passar uns tempos na casa do meu pai, já que ele havia feito uma viagem de negócios, a casa estaria vazia, o que seria ideal para me fazer refletir sobre tudo. Arrumei as minhas coisas o mais rápido possível, comprei a passagem pela net, deixei meu carro na garagem e um bilhete na geladeira dizendo que eu havia ido embora, mas não dizendo pra onde.

Já dentro do avião deitei a cabeça sobre a poltrona e me veio a cabeça diversos momentos que passei ao lado de Lua naquele feriado, durou tão pouco nosso namoro. Eu queria mais daquilo, todos os santos dias, até o fim da minha vida.

Playing with Feelings, capítulo 115

Terça, 28 de Junho, 19:56, casa de Lua

Lua:

Cheguei em casa aflita, joguei apenas a bolsa em um canto e cai na cama. Ouvi alguns passos maciços e olhei em direção a porta, Sol segurava o telefone.

– É pra você, é a Melanie –ela me entregou o telefone e saiu me dando toda privacidade precisa. Minha irmã é coisa de outro mundo.

. Ligação mode on.

– Alô!

– Lua porque você não atendeu as minhas ligações no seu celular? Te liguei umas 50 vezes.

– Ah, está dentro da mochila, nem peguei nele hoje.

– Preciso te falar uma coisa..

– Não vai me dizer que está grávida?

– Cala a boca e me escuta.. Arthur foi realmente embora.

– Em-bo-ra? –disse como um sussurro

– Sim, não disse exatamente pra onde, apenas deixou um bilhete na geladeira.

– Eu não posso fazer nada sobre isso.

– Tem certeza que não, Lua?

– O que você quer que eu faça? Que eu corra atrás dele como fiz no aeroporto? EU NÃO VOU FAZER ISSO. QUEM COMEÇOU COM O ERRO FOI ELE, E NÃO EU.

– Então ta, fiquei aí chorando então.

.Ligação mode off.
E Melanie estava certa, comecei a chorar, era o máximo que o meu orgulho me permitia fazer. Eu não iria atrás dele, até porque eu não sabia para aonde ele havia ido. Agora sim, eu havia caído num buraco sem fim.

(Moments - One Direction)

Playing with Feelings, capítulo 116

Sábado, 27 de Agosto, 15:02, casa de Lua

Lua:

Dois meses haviam de passado e eu não obtive notícias nenhuma de Arthur, já que o mesmo não atendia aos telefonemas dos amigos e eu, bom eu nunca tive coragem de ligar. Havia dado um passeio na qual visualizei um casal muito parecido a gente, aquilo me perfurou como uma faca, atingindo meu coração em cheio.

Cheguei em casa, deitei em minha cama e nossos momentos juntos me passavam como flashbacks. Em questão de segundos senti lagrimas molharem minha face, olhei para o mural de fotos na parede e senti um aperto no peito vendo nossas fotos quando crianças, nossas fotos loucas de adolescentes.. peguei as que havíamos tirado na escola no dia da prenda. Sorri com a que ele mostrava dedo para mim, mas um sorriso acompanhado de lágrimas. Como meu melhor amigo havia roubado meu coração daquela maneira? Não era pra ser assim, não mesmo. Eu precisava de Thur ao meu lado, agora até mais do que antes, era uma necessidade.

Eu precisava de seus beijos, seu toque, seus olhares, seus sorrisos.. mas eu não os teria porque fui uma idiota e o deixei partir, o que eu havia feito? Ele sempre esteve ao meu lado, sempre o amei e quando descubro isso faço essa grande merda.

Olhei para minha cama, quantas vezes nos unimos ali? Quantas vezes ele esteve deitado ali e eu o deixei ir.. deixei ir..

Me encaminhei até a janela e olhei pela vidraça o casal de namorados que riam apaixonadamente, com o garoto fazendo cócegas na garota. Thur adorava me fazer sorrir, mesmo que seus métodos fossem me fazer cócegas. E eu adorava seu sorriso, faria tudo para vê-lo sorrir agora em minha frente. Encostei minha testa no vidraça e outras centenas de lágrimas escorreram pelo meu rosto. Meu coração doía de uma forma nunca sentida antes, eu havia morrido por dentro e isso era sufocante. Encostei-me de costas na parede e deixei-me escorregar até o chão. Avistei Marisol na porta que me olhava entristecida, e sem dizer nada entrou e se encaminhou até mim.

– Esta doendo tanto –eu disse me desfazendo em choro

– Ele voltará algum dia, eu sei que voltará –ela disse e me abraçou chorando junto a mim

– Ele disse que me amava e eu o deixei ir.. sou uma idiota.

– Não é não, você é uma garota maravilhosa Lua –ela colou a testa dela a minha– Só tem medo de amar.

Ficamos em silêncio ali, por horas. Quando não tinha mais lágrimas para chorar me deitei na cama e Sol ficou me fazendo cafuné, tudo escureceu em meios a soluços. E eu sonhei com ele, sonhei que estava ao meu lado, que segurava em minha mão, e que mais uma vez dizia que me amava, que nunca mais me deixaria. Abri meus olhos lentamente tendo em vista um lugar diferente de meu quarto, olhei para meu braço com aparelhos conectados ao mesmo, olhei para o outro vendo uma mão segurando a minha, senti o aparelho respiratório pregado em meu rosto, enfim levantei meu olhar e avistei Arthur me olhando.

– Arthur? O que eu to fazendo aqui? O que você ta fazendo aí? –meus olhos lacrimejaram

– Você teve uma crise de asma emocional. E eu estou aqui porque não deveria ter lhe deixado.

– Eu não deveria ter lhe deixado ir –uma lágrima escorreu meu rosto– Doeu muito ficar sem você.

– Me desculpa por ter lhe deixado sentir esta dor. Eu amo você –ele alisou meu rosto e sorriu

– Eu amo você –repeti e ele vagarosamente aproximou seu rosto do meu selando nossos lábios. 

Playing with Feelings, capítulo 117

Sábado, 27 de Agosto, 17:05, hospital

Thur:

Eu estava morrendo de saudades daqueles lábios macios tocando os meus. Senti falta daquele cheiro, daquela pele, daquele cabelo, senti falta de cada pedacinho de Lua.

– Opa, vejo que nossa paciente número 46 acordou –o médico adentrou a sala sorridente– E está até namorando. Danadinha!

Lua e eu gargalhamos.

– Faz parte quando estamos apaixonados, não é? –Lua disse olhando para mim e o médico consentiu.

– Mas é claro, amor faz bem pra vida! –ele sorriu– Como você está se sentindo?

– Feliz.
– E respirando bem? –ele fez uma careta fazendo-a a sorrir

– Sim.

– E agora? –ele retirou o aparelho dela

– Eu estou bem doutor, não sinto mais falta de ar, posso ir embora?

– Nem pensar senhorita, pelo menos esta noite você ficará de observação.

– Ah, mas eu quero curtir o meu dengo –ela disse manhosa e fez um bico de todo tamanho.

– É só pedir o seu dengo para ficar aqui, que tal?

– Fica? –ela me olhou

– E precisa pedir? –lhe dei um selinho e ela piscou para o médico depois, como se dissesse “É, nós vencemos”.

– Então até a amanhã senhorita Blanco, qualquer emergência é só apertar o botão –ele apontou para o mesmo.

– Obrigado doutor –agradeci e ela consentiu com a cabeça.

– Aonde está meu pai?

– Eles estiveram aqui a tarde toda, mas eu implorei para ficar e então eles foram embora.

– Sol também estava aqui?

– Sim, e muito preocupada, não conseguia parar de chorar.

– Ela é mesmo uma jóia rara.

– É sim, assim como você!

– Sou é?

– A minha jóia rara.

Aproximei meu rosto ao dela e lhe beijei agora de língua, já que o aparelho respiratório que antes atrapalhou um pouco, havia sido retirado.

– Thur, deita aqui –ela disse chegando para o canto da maca abrindo espaço para mim.

Continuamos a nos bejar e Lua estava cada vez mais intensificando o beijo.

– Melhor pararmos –disse ofegante

– Porque? –ela parecia frustrada

– Você sabe Lua, eu sou homem e os beijos estão ficando quentes.

– Assim que é bom –ela levantou minha camiseta e dedilhou meu abdômen

– Lua, você é louca? Quer transar no hospital?

– E porque não?

– Porque você é uma paciente? –respondi como se fosse a coisa mais óbvia, e era.

– Ah Thur, eu estou bem, você sabe que eu estou.

– Melhor não..

– Você comeu quantas aonde quer que você estava?

– Porque esta pergunta Lua Maria?

– Porque pra estar evitando deve estar muito satisfeito sexualmente. Eu estou morrendo de saudades do seu corpo. –ela mais um vez usou suas artimanhas, fazendo uma carinha carente.

– Eu não transei com ninguém se isso te agrada. Eu até tentei, mas não consegui.

– Jura? –ela abriu a boca demonstrando surpresa

– Juro, acredite, eu quero muito você.

– Então me faça sua agora e pare com esta idiotisse de que eu estou doente.

– Você é impossível –eu ri e ela sorriu de lado, me levantei da cama e ela me olhou com uma cara confusa.

– Então você não vai mesmo fazer sexo comigo?

– Eu vou bobinha.. –encaminhei até a porta– Só não com a porta aberta –tranquei a mesma e voltei para a cama

Playing with Feelings, capítulo 118

Sábado, 27 de Agosto, 19:14, hospital

Lua:

Assim que Thur retornou para a cama ele levantou a camisola hospitalar que eu usava, levando a sua mão até a minha intimidade. Estremeci ao sentir seus dedos macios fazerem uma trajetória pela minha fenda, respirei fundo e fechei os olhos ao sentir ele estimular meu clitóris. Gemi baixinho e mordi meu lábio inferior. Longos minutos naquela excitação senti meu corpo estremecer e meu clitóris pulsar me trazendo então um maravilhoso espasmo, Thur desceu o dedo sentindo meu gozo sair e coletou um pouco do líquido levando-o até a própria boca. 

– Hm, delícia –ele fechou os olhos saboreando meu gosto

– Tira sua roupa –eu disse me sentando na maca e retirando os aparelhos colados no meu braço. Thur fez o eu pedi ficando completamente despido, ele me ajudou retirando completamente a camisola, e pronto, estávamos devidamente preparado para o nosso ato. Thur se deitou de volta e eu me sentei por cima dele não causando penetração, brinquei com meu membro fazendo movimentos rápidos de vai e vem, e ás vezes massageava sua bola, Thur gemia rouco e isso me enlouquecia, era tão sexy.

Segurei seu membro ajeitando-o sobre minha entrada e sentei sentido-o me penetrar, soltei um gemido afobado, apesar do prazer deveríamos controlar ao máximo o barulho, afinal estávamos em um hospital. Thur segurou em minhas coxas, apertando-as e eu comecei a descer e subir sentindo seu membro sendo engolido por minha intimidade, o prazer era exorbitante, pois nele se misturava carência, saudade. Meus seios se moviam conforme meus movimentos incessantes, nossos corpos antes gélidos, agora se encontravam febris e suados. Descia e subia, agora com a ajuda de Thur que notou meu cansaço. Senti as paredes da minha intimidade pressionar o membro de Arthur me trazendo um clímax mais que gostoso, cerrei os olhos e gemi um pouco alto sentindo meu corpo naquela convulsão de prazer, Thur me acompanhava ejaculando seu líquido em mim. Havíamos gozado. Deixei-me cair sobre o peitoral dele, e o mesmo me acolheu com seus braços másculos.

– Foi maravilhoso –eu disse ofegante

– Foi mesmo –ele tirou uma mexa do meu cabelo do rosto e puxou meu queixo selando nossos lábios.

– Estou com fome.

– Isso que eu senti foi sua barriga roncando?

– Provavelmente –eu gargalhei

– Vou buscar comida pra gente –ele beijou minha testa e me deitou de lado– Venha cá, vamos colocar sua camisola –eu me sentei e ele passou a camisola pelos meus braços encaixando-a em meu corpo, me deu mais um selinho e eu me deitei. Ele vestiu sua roupa e saiu em busca de comida.


Playing with Feelings, capítulo 120

Domingo, 28 de Agosto, 20:38, casa de Lua / lanchonete / praça

Lua:

– Juro que da próxima vez vou marcar um hora antes pra vê se você fica pronta na hora certa –Thur disse entediado a minha espera.

– Ai amor, para de reclamar, logo eu estou pronta.

Eu já havia me maquiado e feito baby liss no cabelo.. ta, a parte do cabelo foi a Sol quem fez e tinha ficado lindo. Só faltava vestir o vestido e o sapato.

– Fecha aqui pra mim? –me virei de costas para ele que estava sentado em minha cama. Ele se levantou e fechou lentamente o fecho do vestido, depositando um beijo em meu ombro depois.

– Você está linda –ele disse me virando de frente

– Você também, senhor Aguiar.

– Minha, minha, minha.

– Meu, meu, meu –sorri

– Me dá um beijinho aqui –ele apontou para a própria boca

Eu me aproximei, mas como se lembrasse de algo me afastei.

– Não, vai tirar o meu batom e estamos atrasados.

– Ama mais uma maquiagem do que a mim? –ele parecia ofendido

– Não, apenas estou a preservando –mostrei-lhe a língua e ele se sentou frustrado

Calcei meus sapatos e me olhei no espelho.

– Wow, você está linda –meu pai que estava na porta do quarto disse

– Obrigada pai –fui até ele e lhe abracei

– Só vim dizer para tomarem cuidado. Qualquer coisa me liga, viu? –nós consentimos– Se divirtam.

Ele saiu do quarto e eu olhei com uma carinha fofo para Thur.

– Não sou o único que fica preocupado com você, está vendo?

– É, eu sei. Eu amo meu pai, amo meus irmãos, amo meus amigos, amo você.

– Fiquei por último nessa declaração hein –ele arqueou uma sobrancelha

– Seu bobo –sentei-me no seu colo e sussurrei– Eu te amo, ta?

Ele consentiu e eu lhe dei um selinho demorado.

– Yes! –ele comemorou

– O que foi? –olhei-o confusa

– Eu tirei um pouco do seu batom.

– Idiota! –estapeei seu braço e me levantei, indo até a cômoda e pegando minha bolsa– Vamos?

– Vamos.

Seguimos para a lanchonete, e comemos uma pizza matando toda a minha vontade em comer massa. Depois seguimos para uma praça, estava meio frio e Thur tirou sua jaqueta de couro, colocando-a em mim.

– É tão bom estar aqui.. com você –ele segurava minha cintura enquanto caminhávamos lado a lado.

– Nem me diga, eu senti falta disso.

– Eu me senti vazio sem você –ele me beijou a testa

– Eu também –me virei olhando-o– Eu sei que você já deve estar cansado de saber disso, mas eu te amo, muito.

– Eu nunca me canso de ouvir, de saber, de pensar, de cogitar a hipótese de que você me ama. Eu amo você, minha princesa.

– Juro que eu só não te bato por me chamar de princesa, só pelo mero fato de eu estar muito apaixonada –fiz careta e ele gargalhou

– É MINHA PRINCESA SIM –ele me beijou e eu sorri entre o beijo.


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Playing with Feelings, capítulo 119

Sábado, 27 de Agosto, 20:58, hospital

Thur:

Voltei para o quarto de Lua com dois pratos de sopa, a cara dela foi hilária ao perceber o que era.
– Porque sopa? –ela fez careta

– Porque é o melhor pra você.

– Ah, jura?

– É amor, tem verdurinha olha, cenoura, beterraba, faz bem pra saúde.

– Mas amor.. eu prefiro uma pizza, um salgado..

– Mas nada, é isso mesmo e acabou.

– Imagina uma pizza suculenta de frango, só imagina –ela lambia os beiços

– Prometo que amanhã te levo em uma lanchonete. Está certo?

– Ta né.. fazer o que –ela revirou os olhos

– Isso, boa garota. Agora abra a boquinha.

Ela abriu e tomou uma colherada fazendo careta. 

– Que coisa mais sem sal.

– É assim mesmo a comida de hospital.

– Ta, agora me dê meu prato e vá tomar a sua sopa.

– Você consegue sozinha?

– Eu acabei de transar com você sendo eu a ativa, e você me pergunta se eu agüento tomar sopa sozinha? –ela gargalhou

– Ata, desculpa aí.

– Me desculpa amor, mas esta você mereceu.

– Ah é, e eu mereço um beijo por tamanha burrice?

– Talvez –ela fez charminho mas logo me puxou para um beijo – Como você ficou sabendo que eu estava no hospital?

– Sol me ligou.

– Mas.. os meninos te ligavam e você não atendia –ela levou uma colher de sopa na boca

– Mas a Sol é diferente, ela é minha namorada, e não um marmanjo que vai ficar me dando sermões. 

– Então mesmo me namorando.. você continua namorando a minha irmã? –ela me olhou incrédula

– Claro, as Blancos me encantam.

– Então o jeitinho despojado de Ana Terra realmente lhe fez apaixonar por ela?

– Obviamente! E convenhamos que a Estrela também é linda.

– Dêsha de ser Blacomaníaco.

– Nunca. Jamais. Em hipótese alguma –fiz uma careta e lhe dei um selinho

– E o Pedro e o Dan?

– Ah, aqueles lá são feios.

– Pô, amor, admiti que acha os meus irmãos lindos também.

– E eu sou lá boiola?

– Nunca se sabe né?

– Arran, nem vem que essa não cola.

Ela gargalhou. Jantamos e assim que terminamos ela me chamou novamente para a maca, deitei ao seu lado e a fiz dormir em meios a cafuné. Logo eu peguei no sono também, por ali mesmo. 

Playing with Feelings, capítulo 121

Domingo, 28 de Agosto, 23:12, casa de Lua

Thur:

Eu havia comentado com Lua que eu havia feito começado uma música sobre nós há algum tempo. Ela ficou eufórica e queria me ouvir cantar, então voltamos para a casa dela, assim que entramos no quarto ela pegou o violão e me entregou correu para a cama se jogando sobre ela.  Eu sentei perto dela, engoli a saliva e me preparei vocalmente, só então comecei a tocar..

O seu silencio começa a incomodar,O seu sorriso me faz ficar sem ar,Conversas longas, conselhos te dei,Já fiz de tudo e agora eu não sei.Mas pode o tempo passarQue eu não vou te esquecerMesmo que eu tente fugir
Tudo me leva a voce
Escute o seu coração
Pare de usar a razão
Vem me ver

Pra que tentar negar,
Se não dá pra segurar ?
Voltar atrás já é tarde demais.
O que eu sinto é muito mais que amor de amigo. (2x)

Você vai ver, nada vai mudar,
Nossa amizade é pra sempre
Eu prometo, meu amor, eu sempre vou te amar.
Seja como amigo ou namorado,
Eu te quero do meu lado todo dia toda hora.
Amizade de infância é assim,
Começa como amigo mas se apaixona no fim.
Só que no momento, o sentimento ta crescendo,
Deixa o medo de lado e se entregue ao momento.

Pra que tentar negar,
Se não dá pra segurar ?
Voltar atrás já é tarde demais.
O que eu sinto é muito mais que amor de amigo.


Quando olhei mais fixamente para Lua vi uma lágrima escorrer sobre sua face.

– Não chora linda –limpei sua lágrima

– Você é tão perfeito.

– Ninguém é perfeito.

– Então você é ninguém.

– Sua boba –eu soltei uma risadinha, ela também– Perfeita é você.

Eu coloquei o violão no chão e puxei o queixo dela, depositando meus lábios nos seus. E mas uma vez, nos unimos naquela cama. Quando já havíamos terminado, beijei-lhe a testa.

– Eu preciso ir buscar algumas coisas que deixei na casa do meu pai.. vamos comigo? Ele vai chegar amanhã e gostará muito de receber sua visita, tenho certeza.

– Juan sempre gostou de mim.

– Inevitável não gostar de você!

– É? –ela fez uma carinha fofa, e lá fomos nós de novo.. fazer amor.

(Música: Amor de Amigo - Arthur Aguiar)

Playing with Feelings, capítulo 122

Segunda, 29 de Agosto, 16:01, casa de Juan

Lua:

Assim que chegamos na casa de Juan, adentramos e eu fui diretamente para a vista do prédio, que era maravilhosa.

– É lindo né?

– Perfeito –estava deslumbrada.

– Vem cá, vem –Thur me puxou para a rede, e nós começamos a balançar lentamente.

Ouvimos um barulho, provavelmente Juan acabara de chegar de viagem.

– Pai? –Thur gritou

– Filho –Juan apareceu na porta da varanda, nos avistando– Lua? Minha querida há quanto tempo não te vejo –me levantei e fui em sua direção para abraçá-lo, Thur fez o mesmo.

– Como está o grande e poderoso Arthur Aguiar?

– Cansado, eu diria –ele sorriu majestoso e deu um abraço em Arthur– Oh filho, como está mudado, nem está mais com aquela cara de vagabundo.

– O que o amor não faz com uma pessoa, não é?

– É mesmo, existe uma garota neste meio, quase me esqueço deste detalhe. Venha filho, me conte tudo.

Sorri meio que sem jeito e seguimos para a cozinha aonde nos sentamos, o Sr. Aguiar pegou dois copos de whisky e um refrigerante para mim.

– E então, Lua, aprova a garota que o Thur está apaixonado? –ele lançou o olhar sobre mim e eu fiquei rubra.

– Pai.. a garota pela qual sempre estive apaixonado.. é a Lua.

Sorri sem graça e voltei meu olhar para o Sr. Aguiar, ele estava pálido, seus olhos arregalados, suas mãos possivelmente suadas deixaram o copo escorregar sobre sua mão e cair no chão.

– Co-co-co-mo? –ele gaguejou

– O que foi pai? Algo de errado? –Thur franziu o cenho ao perceber a diferença dele, esperávamos que ele soltasse balões, pulasse, gritasse, comemorasse, nunca.. que ele se assustasse com a notícia.

– TUDO DE ERRADO, VOCÊ ESTÁ LOUCO? VOCÊ NÃO PODE NAMORAR A LUA.. –ele se exaltou– Vocês, vocês, já transaram?

– Pai, mas que reação é esta? –Thur, que como eu estava sentado se levantou.

– VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO..

– E porque não? –dessa vez abri a boca, precisava saber.

– PORQUE SÃO IRMÃOS. EU SOU O SEU PAI LUA, NÃO AQUELE QUE TE CRIOU. SUA MÃE ERA UMA VAGABUNDA E TRAIU ELE COMIGO!!!

– Isso é mentira –eu disse baixo, tremia tanto que mal conseguia sentir meu coração bater, minha respiração falha.

– Você só pode está de brincadeira, PARA COM ISSO, VOCÊ ESTÁ NOS ASSUSTANDO. 
–Thur disse nervoso. 

– Eu estou sendo sincero –ele suspirou– Vocês não podem seguir nesse relacionamento.. vocês tem o mesmo sangue. Eu me mudei para Califórnia apenas para lhe conhecer Lua, não pude ficar todo o tempo perto, mas deixei ao menos que Arthur tivesse a oportunidade de estar sempre ao seu lado, te protegendo.

– PORQUE VOCÊ FEZ ISSO COM A GENTE? –Thur gritou e partiu para cima dele

Minha visão começou a ficar embaçada.. e logo tudo havia escurecido.. outra vez.


Playing with Feelings, capítulo 123
Terça, 30 de Agosto, 12:31, casa dos meninos

Thur:

Eu estava completamente arrasado, destruído, eu não existia mais, ou existia e não vivia. Era absurda o tamanho da minha dor. Havia deixado Lua no hospital, contado ao Sr. Blanco toda a história, e voltei para a casa. Não iria olhar para a minha irmã, com o coração batendo por ela de outra maneira. Eu não podia acreditar. Suspirei sentindo meu coração apertado.

– E aí cara, está tudo bem? –Mica apareceu na porta

– Está tudo mal –respondi baixo, sem olhá-lo.

– Eu não sei o que dizer..

– Não diga nada. Me deixe sozinho por favor.

Ele saiu puxando a porta, todos estavam abalados pela nossa situação. Liguei para Sol, que provavelmente também estava sofrendo muito.

.Ligação mode on.

– Alô, Thur? –a voz da menina já demonstrava sua tristeza

– Olá princesa, como você está?

– A verdade é que eu não estou.

– Ela continua sendo a sua irmã.

– Mas ela não continua sendo a Lua Blanco.

– Como assim?

– Desde que eu voltamos do hospital, ela não para de chorar. Está doendo em mim vê-la assim Thur..

– E está doendo em mim saber disso. Muito. –não consegui segurar as lágrimas e comecei a chorar como um bebê.

– Venha pra cá Thur..

– Eu não posso.

– Ela se trancou no quarto, vou até vê como ela está. –ouvi ela bater na porta e dizer “Lua, você está aí?” o silêncio tomou conta e ela começou a socar a porta– Arthur, eu estou sozinha em casa, meu pai foi buscar Marina pra conversar com Lua, a porta ta trancada e pela fechadura estou vendo a Lua caída no chão. Arthur minha irmã –ela chorava em desespero

.Ligação mode off.

(Leiam escutando a música: I Won’t Let You Go – James Morrison)

Saí em disparada para a casa de Lua, em menos de dez minutos eu estava lá, sendo que aquele trajeto me custaria uns quinze minutos normalmente. Entrei e já encontrei Billy chorando na sala, meu coração parou naquele momento.

Subi para o quarto ouvindo a gritaria de Sol, que dizia “Eu quero a minha irmã” passei em frente ao seu quarto e avistei Marina acalmando a pequena, ela também chorava.

Sem pensar duas vezes segui para o quarto de Lua e me deparei com a seguinte cena: Lua caída no chão, com uma caixa de remédios ao seu lado. Puxei-a para meu colo, ela estava fria, pálida, os lábios roxos.

– Lua fala comigo –segurei em seu pulso, mas não havia pulsação nenhuma, comecei a chorar desesperadamente– LUA O QUE VOCÊ FEZ? PORQUE FEZ ISSO COMIGO? VOLTA PRA MIM, LUA.. A GENTE PROMETEU QUE SERIA PRA SEMPRE.. VOLTA PRA MIM MEU AMOR, POR FAVOR. EU VOU TE AJUDAR, VOCÊ VAI FICAR BEM –peguei-a no colo e sai carregando-a pela casa, descia as escadas e vi bombeiros entrarem na casa retirando-a de meu colo.

Foi algo realmente muito rápido, eles levaram Lua para dentro da ambulância e ali mesmo começaram o atendimento, eu não sai de perto. Pude vê eles rasgarem a blusa de Lua e lhe darem o primeiro choque, seu corpo estremeceu, mas nenhuma resposta foi dada. Novamente tentaram, e nada, e outra vez, e outra. Deixei-me cair no chão, chorando. Vi Sophia aparecer, ela chorava em desespero e gritava por Lua. Pude ouvir o socorrista dizer:

– Eu sinto muito.

Fechei os olhos me sentindo cair em um buraco sem fim. Eu precisava estar com Lua. A gente havia feito uma promessa. Me levantei e me aproximei dela, depositando meu último beijo em  sua boca roxa e gélida. Acariciei seu rosto, minhas lágrimas caiam sobre o mesmo.

Segui em disparada para o meu carro, estava doendo, estava sufocante, eu estava perdido, eu estava morto. Dirigir na maior velocidade possível, enquanto isso, vários flashbacks vieram a minha cabeça.

.Flashback mode on.

Lua e Arthur com oito anos de idade:

– Eu não quero mais brigar com você, eu exagerei –ele disse e ela sorriu

– Eu sabia que você voltaria atrás.

– Porque a certeza?

– Porque como eu, você não vive sem mim.

– É –ele coçou a cabeça– Você tem razão.

– Promete que estaremos juntos para sempre, haja o que houver?

– Sempre –ele sorriu, ela também. Ambos que estavam frente a frente entrelaçaram suas duas mãos.

– Eu amo você –disseram em uníssono.

.Flashback mode off.

Eu chorava em desespero, eu a queria de volta, eu a queria comigo.. logo a frente havia um precipício e eu acelerei ainda mais o carro, derrubando os cones, algumas barragens e caindo sobre ele.

 Eu não poderia viver em um mundo que não existisse Lua Blanco, eu não poderia seguir sem ela. A dor, a saudade, isso me mataria aos poucos, e porque não adiantar este encontro? Eu havia prometido, e eu cumpri.. eu cumpri.

Narração:

Uma amizade, que se tornou um amor, uma promessa que se foi cumprida, porém duas pessoas que se foram perdidas. Porque o para sempre, deve ser realmente para sempre. Talvez esta fora mais uma história típica de Romeu e Julieta, ou talvez, apenas mais uma história de um GRANDE AMOR PROIBIDO.

FIM!